Ni avec Toi. Ni Sans Toi

Não sei se contei a vocês, mas o Truffaut voltou a falar comigo.
Ele está em crise, por estar meio fosco, quase transparente, resolveu, então, provar que ainda existe organizando uma auto-homenagem de 20 anos de sua morte.
Truffaut agora está por toda parte: no festival de curtas, no Cinesesc, no Unibanco (estava, não tá mais)...
Está tão cheio de piadinhas, que depois de uma tensa sessão de Jules e Jim, resolveu me chamar para assistir A Mulher Do Lado:



Bernard levava uma vida feliz, tinha uma bela esposa, um filho esperto, uma casa bonita, um emprego interessante... coisa de começo de filme, sabe?
Eis que um dia, a casa da frente é alugada por um distinto senhor.
"Que vizinho simpático" pensou ele. Sua esposa simpatizou com o homem logo de cara, seu filho ajudou o novo vizinho a levar a mudança pra dentro da casa. "Que bonita essa casa é por dentro! Nunca tinhamos visto"
- "Venha aqui" - diz o homem para alguém no andar de cima.
E das escadas surge uma bela mulher que desce elegantemente...
- "Esta é Matilde, minha esposa!" - diz o homem aos vizinhos.

Não, ela não era só bonita, ela era a Fanny Ardant.

E daí, Karen Cunha?

Calma, não terminei de contar a história...
Fanny Ardant cumprimenta a mulher, sorri para o menino e quando o seu olhar cruza com o de Bernard, percebe-se que existe algo estranho.
Pouco tempo depois sabe-se que haviam tido um caso traumático e intenso oito anos antes.


Todos juntos em grande harmonia...

Uma situação horrorosa! Ela liga e pede desculpas pelo incidente, não sabia quem eram os vizinhos, o marido queria que ela visse a casa somente após tudo pronto.
Ele entra em pânico, tenta ficar longe da nova vizinha, mas as casas eram muito próximas.



Também por acaso se encontram no supermercado, ela se aproxima e conta como foi difícil esquecê-lo. Ele fica constrangido e quer fugir dela. Onde já se viu, estava tendo uma vida tão boa, tão feliz...
Ela diz que foram muito importantes na vida um do outro, e que seria interessante esquecer os traumas e serem amigos.
Ele concorda e dois segundos depois ele já está com a lingua na garganta dela...



E a história prossegue nesse ritmo... Eles se encontram escondido, relembram o passado, não conseguem se separar, mas percebem que jamais ficarão juntos.
Uma coisa horrenda, obssessiva, ridicula e eu não estava aguentando mais de tédio. Pra que tudo isso? - pensava eu?



Pra que levar uma vida dessas? E para me distrair, reparava na fotografia que era feia, na trilha que não era boa, e o truffaut mandava eu prestar atenção e parar de reclamar!
Tudo desculpa para me desviar do filme forte.

Se o filme é ruim? ÓBVIO QUE NÃO!!!!

Desenterra lá do fundo sentimentos terríveis que fazem parte do amor. Que é a droga mais nociva da história e que irônicamente não é só legalizada como incentivada...


Foto feia, parece Supercine...

O pior de tudo era a falta de considerção com a qual eles tratavam as pessoas ao redor. Ninguém pensava na esposa, no marido...
A história é narrada pela dona do Clube de Tênis que todos frequentavam. Ela perdeu o movimento de uma das pernas depois de tentar suicidio quando perdeu um grande amor. Sobreviveu e abdicou pra sempre desse sentimento...
Não tenho condições de fazer uma avaliação objetiva desse filme, espero comentários de quem viu.

A Mulher Do Lado(La Femme d'à Côté)1981,FRA, 105'Direção: François Truffaut Roteiro: Jean Aurel, Suzanne Schiffman e François Truffaut. Com:Fanny Ardant, Gerard Depardieu, Henri Garcin, Michèle Baumgart Produção: François Truffaut Música: Georges Delerue Fotografia: William Lubtchansky Edição: Martine Barraqué
Cotação: Forte

E este post está ridículo, parece criança que fica que sai do cinema irritada com o vilão. "Ele não devia ser mal"
Uma dia esse filme ganhará um post objetivo, sóbrio e formal!

Trilha do Post: Fanny Ardant et Moi (Vincent Delerm)

Apesar de...

...Eu ter que escutar aquele papo de mulher de TPM:
"Por que você não gosta de mim? Por que você me trata tão mal"

...das frases dele não terem mais do que 4 palavras:
"Frases curtas. Sempre"



... De todo o egocentrismo disfarçado de humildade:
"Você está chateada comigo?" "Fiz, mas não ficou muito bom"

... de ele não merecer o cabelo que tem!

é uma pessoa interessante...

ótimo companheiro de cinema!


Help! Avermelhado, e na pior cópia do mundo...


A Dama Oculta - do nosso amigo Hitch...

Um menino talentoso! Que se lembra exatamente dos mínimos detalhes de absolutamente tudo!

Tem um gosto musical e cinematográfico espetacular!



Até que não é tão ruim trabalhar com ele...

Além do mais no dia do aniversário a gente tem que falar bem das pessoas não é verdade? Pois então! hahahahha

Por onde anda François Truffaut?

Truffaut, chocado com a quantidade de carboidrato que consumi na casa da Ana Amélia

Nunca mais vi o François, ele não apareceu nem sequer escreveu no meu aniversário. Faz tempo que não me assusto com ele sentado no meu sofá, em plena madrugada, com um livro na mão. Nunca mais andei com ele pelo centro da Cidade, ele nem circulou os guias de programação dos Centros Culturais ou pediu ajuda do além para que passassem os filmes que ele achava que eu deveria assistir, nem ao menos pediu para eu acompanhá-lo a livraria.



Também não quis mais corrigir meus textos, nem quis saber minha opinião sobre os filmes, não me fez companhia no cinema, pediu para eu alugar Todas As Mulheres do Mundo nem me incentivou a escrever no blog.Esperei por horas na frente do CCBB na exibição de A Noite Americana achando que fosse reencontrar o meu amigo...Esperei em vão!

O que terá acontecido a François?

Terá ele definitivamente sido recolhido pelo além? Terá cumprido sua missão na Terra? Estará conversando com pessoas mais interessantes?Há algum tempo ele estava tendo dificuldade em manipular objetos reais. Sentia-se enfraquecido. Me pedia, inclusive, para eu virar as páginas dos livros para ele ler.... teria então se desintegrado?



Qual será a lógica do além? Vasculhei todos os livros de Zibia Gasparetto e Ricky Medeiros e não encontrei a resposta...E todos me perguntam: " o truffaut vai autografar os livros no lançamento de Hitchcock/Truffaut?" e eu tristemente que faz tempo que não converso com meu querido amigo.Mas esperarei novamente por ele, desta vez, na porta do Espaço Unibanco 4, onde estará sendo exibido o mais importante filme da Nouvelle Vague: Jules et Jim.



Ele sabe o quanto este filme é importante para mim e creio que não me abandonaria num momento como este... então ficarei esperando que ele apareça sentado na lateral da sala junto com seu bloquinho de anotações...como ele sempre fez.
Volta François!


*Jules et Jim compõe a mostra Hitchcok/Truffaut no Espaço Unibanco 4, sempre ás 21h30.
23/8 A Mulher Do Lado
24/8 Janela Indiscreta
25/8 A Noiva Estava de Preto
26/8 A Noite Americana

Declaração de amor

Quando eu te vejo, percebo que nem tudo está perdido e por mais que eu resista não consigo esconder meu contentamento em te encontrar.Quanta beleza! Como a natureza pôde ser tão cuidadosa? Toda a vez que sinto o seu gosto, os problemas ficam tão pequenos, a felicidade é tão grande que é impossível contê-la. Inevitavelmente minha boca te toca e então admito a existência de deus, acredito piamente no amor, na humanidade e principalmente na felicidade eterna. É muito bom te sentir dentro de mim, como se fossemos apenas um. Isso me faz sentir maior, cheia. De repente não te sinto mais em minha boca...me sinto culpada, mas me acalmo quando me apego ao pensamento de que nos encontraremos novamente em breve. Será maravilhoso... como sempre! Porque você é tão perfeito, sem nada a mais, nada a menos.Custa tão pouco estar contigo, apenas R$2 a fatia. Oh! Bolo de chocolate da Rua Sete de Abril, sua calda é tão cremosa, sua massa é tão fofinha, seu recheio é tão delicioso que vale a pena ficar três dias sem comer pra compensar.

O fim da era Blog

Pra mim não foi o fotolog que matou os blogs, tampouco foi orkut (que já tá enjoando) que me fez parar de escrever neste espaço. O problema é escrever pra ninguém.Acho muito bonito gente que diz que escreve para si e não para os outros, coisa de escritor... mas esse definitivamente não é o meu caso. Eu não sei escrever, quem me conhece sabe a dificuldade que tenho de escrever um simples bilhetinho, então seria o fim da picada eu usar a escrita para me comunincar comigo mesma, não acham?



Pois então, eu convivo comigo mesma, todas as piadinhas, desabafos, críticas cinematográficas e viagens publicadas neste blog inevitavelmente passaram pela minha cabeça antes de estarem aqui, então, escrever significa compartilhar toda essa bobagem com outras pessoas, se ninguém lê eu não tenho motivo pra escrever, prefiro pensar....



Não sei se vcs perceberam, mas o tema da decadência vem se repetindo neste blog, é essa impressão que eu tenho, leio este blog e ouço o Paulo Ricardo num dueto com a Kelly Key, melhor, o Morrissey cantando How Soon is Now? com as pseudo-lésbicas do T.A.T.U no dia Mndial da Luta contra a Aids (ou o Dia do Orgulho Gay)... hahahahaha! Entào achei melhor abandonar o barco antes que ele afunde de vez. Eu adoro blogs, foi a coisa mais incrível inventada nos ultimos tempos, foi através deles que conheci pessoas incríveis, li coisas espetaculares, descobri mais sobre pessoas que eu achava que conhecia bem, me comuniquei com amigos próximos que vivem distantes, bisbilhotei a vida alheia, descobri gente muito parecida comigo, fabriquei posts apaixonados, participei de histórias coletivas, debati com gente esquisista... PERFEITO!



Eu não queria que isso acabasse, mas o tempo passa e a gente não pode bloquear o rumo das coisas.Todos os dias minha cabeça fabrica posts, eu já penso em formato de post, mas as vezes penso que não faz mais sentido compartilhar...

E esse não é o fim! Apenas uma pausa!

Obrigado a todos que acompanharam estes quase 1 ano e meio de banalidades e espero não perder o contato com nenhum de vocês!Deixem comentários, prometo que respondo a todos!!

PS: Eu ainda continuo querendo ser Jeanne Moreau!

Trilha do post: Indian Song com a Jeanne Moreau , repetida vezes!